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DONOS DO CÉU

domingo, 2 de novembro de 2008

Imagens Eternas?

Imagens eternas?


Graças aos fotógrafos, temos visto milhões de vezes ", imortalizados", políticos e artistas, desportistas e cientistas. Com a sua máquina fotográfica e a sua habilidade, a partir de ângulos e iluminação caprichosas, alguns profissionais ou simples amadores "eternizam" os acontecimentos e os personagens.
Eternizar? Imortalizar? Não será que estamos a abusar da linguagem? A fotografia certamente permanece, preserva e fixa um segundo da evolução humana. A imagem fica, passa aos livros, à imprensa, à Internet ... E, dizem, eternamente ...
Mas a eternidade é outra coisa. As fotos deixam-nos exactamente isto: um instante. O sorriso do político que ontem ganhava as eleições e hoje é motivo de chacota e de decepção a quem ninguém liga. O jogador que levantou a Taça do Mundo entre os aplausos de um estádio abarrotado de adeptos, agora sofre com a amargura por problemas familiares. O cantor ou a estrela da televisão que foi fotografado, visto e revisto milhares de vezes; agora vive num hospital com poucos amigos e muita angústia.
No fundo, por detrás das imagens, histórias, contos, esconde-se esta fama que depende das muitas ou poucas pessoas que admiram os "grandes". Uma fama que muda como o vento, que engana, que apresenta os bons como maus e os maus como bons. Fama que por vezes exalta uma personagem cheia de defeitos e ignora os simples de coração de ouro. Uma fama que não serve para nada no momento da morte, embora milhões de pessoas recordem o famoso cantor, a actriz excepcional, o político da palavra fascinante.
Quantos e quantas estrelas recentes se apagaram como nada, e agora não passam de uma simples memória que desvanece com o tempo. Seria triste que a fama nos levasse a esquecer a sorte que a todos nos espera. Nós caminhamos em direcção a uma meta, vamos pouco a pouco em direcção a verdadeiras eternidades. Aquelas que não duram o pouco ou o muito que pode durar a fama ou a memória daqueles que um dia choram no luto a notícia de uma morte, e no dia seguinte esquecem tudo o que aplaudiram com tanto carinho. Estrelas de hoje rodeadas de flores em sepulturas sumptuosas e amanhã cheias de nada e vazias para sempre.
Eternidades verdadeiras são apenas aquelas que não se circunscrevem ao papel, nas histórias, nem nas memórias. Eternidades que se baseiam num Amor Infinito, o de Deus Eterno, que ama e convida a amar, que cuida de cada flor, de cada pássaro, de cada criança e do idoso que não têm álbuns de fotografias nem fama entre os aplausos da história demasiado humana.

Diante da Eternidade nos céus, o triunfo, a fama, o dinheiro evapora-se . Porque aí conta apenas e só o que nós amamos aqui sobre a terra, o que demos e fizemos pelos os pobres, os famintos, os doentes, os tristes. Porque na Eternidade de Deus entrará quem, talvez escondido de tudo e de todos, longe das câmaras e da imprensa, soube cuidar da mãe idosa, soube perdoar ao inimigo traiçoeiro, soube dar uma palavra de esperança a um coração atribulado ou inquieto.
Será que queremos "eternizar" este dia, este momento que Deus põe nas nossas mãos? Então amemos simplesmente. Para ser semelhante a um Deus eternamente bom, que ama e estende a sua mão (sem fotógrafos) a cada um dos seus filhos muito amados.
Um bom dia de Todos os Santos e teu também.
Na comemoração dos nossos amigos que partiram recordemos que a nossa oração os aproxima mais da luz de Deus!

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