Padre Luis Pereira: Alan Garcia a panela está vazia

Ao escrever recentemente e publicar uma panela vazia que descobri sorrateiramente num dos comedores públicos, lembrei-me de ter visto mulheres a gritar

"Alan García, a panela está vazia!"

Cidade de Huaycan: 140 mil pessoas.

Assim se vive

Existem momentos que nunca serão apagados, pessoas que nunca serão esquecidas, pois a vida não vale um momento, mas há moventos que valem uma vida...

A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.

(Charles Chaplin)

Alguns têm na vida um grande sonho e faltam a esse sonho. Outros não têm na vida nenhum sonho, e faltam a esse também.

(Fernando Pessoa)

Mães na rua

É sabido que a situação mundial não está boa quanto à subida constante do preços dos alimentos; mas ver saírem à rua mães de família a gritar por pão....é de certo raro.
Pois, nestes dias mais de mil mulheres fizeram uma manifestação diante do Congresso peruano para exigir que o governo se empenhe mais em controlar o preço dos alimentos, num tipo de protesto que vem ocorrendo em lugares tão díspares quanto o Cazaquistão e o Haiti.
As mulheres, muitas acompanhadas de filhos pequenos, são responsáveis pelas cozinhas comunitárias (refeitórios/comedores) onde peruanos pobres podem tomar café-da-manhã ou almoçar com 0,50€.

Recentemente Alan García começou a mobilizar o Exército para distribuir cestas básicas nos bairros mais pobres da capital.

Produtos essenciais, como arroz, milho e trigo, tem subindo em todo o mundo. Já houve protestos por causa disso também em vários outros países da África e Ásia, e no Haiti o governo caiu.
O preço dos alimentos continua a aumentar, e o governo não dá muita atenção aos refeitórios (comedores) porque para o resto do mundo é um sinal de pobreza e fraqueza politica. Claro que é muito fácil dizer que a pobreza está a diminuir quando o mesmo governo está a acabar com essas mesas sociais. Corta nos apoios. As refeições ali servidas são subsidiadas pelo governo, mas as mulheres dizem que têm dificuldades para atender todos os que aparecem.
Centenas de milhares de pessoas dependem dos “comedores” para se alimentar.

Estima-se que 12 milhões de peruanos (42 por cento do total) vivam na pobreza.
Muitas famílias pobres são atingidas de forma mais forte pelos preços dos alimentos pois grande parte de sua renda é gasta com esse fim. Os altos preços irão forçar certamente o aumento da subnutrição e a fome.
"García, a panela está vazia!", gritavam as mulheres a caminho do Congresso, no centro de Lima.