De Fátima em Missão na América Latina: Brasil

DONOS DO CÉU

terça-feira, 15 de abril de 2008

Cristo Viajero


Este o Cristo que mandei fazer.
Aqui, na sua fase inicial. Faz parte de uma história que queria deixar aqui também:

Cristo "Viajero"

Das muitas faces de que a realidade se reveste,
por vezes sou surpreendido
com as graças que Deus vai operando
por este mundo fora...
A minha presença por vezes parece marcada por
uma providência matemática que encaixa
nas situações mais diversas...
Deus por vezes actua assim...
conduz os nossos passos, e sem nos dar-mos conta
encontramo-nos mesmo no local
onde Ele mais desejava!
Deus de facto actua
em nós,
por nós
e através de nós.
Esta história foi muito bonita e gratificante para mim.


Episódio em três actos
(24 de Março de 08)
1. O senhor Airlines
Pela manhã fui a Chaclacayo, cerca de 10 km de Ñaña, a uma carpintaria a fim de mandar fazer uns trabalhos um pouco particulares. Bati no portão semi-aberto com força. Lá ao fundo vi um senhor que me dizia alguma coisa que parecia, entre! Passei por um corredor largo, do tamanho do portão da entrada, madeiras encostadas de ambos os lados...

Airlines na sua carpintaria
Encontrei um homem simples e sorridente que lá adiante numa espécie de carpintaria, tinha de facto umas máquinas... e muitos paus... Pareceu-me de imediato um homem bom. Comprimentamos-nos, disse-me o seu nome que não vou esquecer. (Teriam os seus pais dado o nome á companhia aérea ou o contrário....?! Irei averiguar!)
Disse-lhe ao que vinha, disse quem era, e falamos um pouco. O trabalho que necessitava teria que ser executado por um “artista” que ainda não tinha vindo. Decidi vir noutro dia, e saquei de um Rosário de plástico luminoso que trouxe comigo de Fátima, e dei-lho. Logo o colocou ao pescoço, e pareceu-me que não mais o iria retirar de contente que estava. Nisto, de tamanha que era a sua alegria não sei bem porquê, diz em voz alta um nome que não recordo. Aparece uma senhora, que entendi ser sua mulher.


2. Esta é minha esposa!
Mulher na casa dos 60, provada pela vida, rosto simples mas triste! Ele apresentou-me. Dei também um rosário. Conversamos. A seriedade das suas palavras escondiam uma angustia grande que estava a ser difícil para mim compreender. O rosto sorridente e esperançoso do marido contrastava com o interesse e surpresa da presença inesperada dum padre na sua casa. Era a primeira vez que um sacerdote ali entrava no meio do pó das tábuas e serradura próprias dum ambiente de trabalho assim. Quase para explicar a sua amargura e perplexidade, disse-me que sua filha estava doente, e se podia ir visita-la. Disse que sim, claro, e fomos de imediato.

3. Minha filha está enferma...
Subimos umas escadas, entramos numa espécie de marquise aberta onde abundavam panelas, tachos roupas e madeiras...! Entretanto o marido ficou mais algum tempo no meio da serradura... Ao ver que ele se tinha demorado mais, ela pediu-me para lhe dar a ele uma bênção. Soube mais tarde, disse-me, que era benéfico que o fizesse porque se metia um bocadito com a loira cervejita. Coisa que me pareceu totalmente absurdo, depois de uma afabilidade e delicadeza ímpares; mas está bem! Também me engano!
Ela encaminhou-se para o quarto da filha, talvez para a preparar e avisar da minha chegada! Mandou-me esperar. Enquanto estava por ali, lembrei-me que necessitava de água benta que não tinha comigo. Não fazia mal, sempre a podia benzer ali mesmo. Nisto chega o marido, e até que, por sorte nos detivemos por ali dialogando sobre este meu requisito. Havia água, e também para beber, mas estava quente porque tinha sido fervida há pouco. Pensei logo em poder benzer, para que depois a filha a pudesse beber. (durante ...)
Entrei num quarto, melhor, entramos onde estava de facto deitada na sua cama uma jovem com cerca de 34, grávida de 7 meses. Tinha acabado de fazer um telefonema, mas corri junto dela para a saudar. Inteirei-me sobre o seu estado de saúde e falamos... Problemas de gravidez, que creio sejam sintomas comuns nos casos mais difíceis na passagem dos sete meses. Serenei-a e prometi também a minha oração!
Vi entretanto chegar um homem meio tímido e um pouco assustado! Quando ela me diz: “este é meu esposo”. O tal telefonema tinha sido para chamar o jovem pai. Deixou o trabalho para vir a casa... Bem, estava toda a família reunida! Senti alegria. Portador das graças divinas dei a minha bênção individual a todos. Fiz como de costume uma bênção do bebé no ventre da mãe, implorando uma protecção especial para esta criatura a fim de que possa ver a luz do dia! Despedimos-nos ali, e desci com o senhor Airlines.


Cristo “viageroJá de partida, porque afinal o meu artista ainda não tinha chegado, aparece um jovem rapazola transpirado....e ensopado em agua.... fazia calor.
Era ele: Gustavo.
Não imaginava uma pessoa assim... Sempre tive a ideia de que os verdadeiros artistas deveriam ser mais velhos, com barba... ou pelo menos assim um bocado abandonados pelos anos adentro e com calo...!
Mostrei-lhe o meu interesse em poder ter um Crucifixo de madeira. Disse-me que teria gosto em fazer, já tinha feito alguns. Que não fosse muito grande porque o teria que transportar para Portugal dentro da minha mala. Aqui falou-me dum Cristo “viagero”. Perguntei como seria! Nunca tinha ouvido falar do Mestre viandante! Muito menos de avião... Surpresa: O Cristo seria feito normalmente, mas sem braços estendidos na cruz! Seriam feitos de maneira a que se pudessem colocar e retirar cada vez que tivesse de viajar! Perfeito, disse! Vamos a ver como fica!

Um só tronco de àrvore, a dar vida ao Cristo Viajero...

Recebam todos uma calorosa saudação fraterna
com muita amizade.
Distante, mas bem pertinho de cada um de vós
com a minha oração e a mi nha bênção.
Em Cristo, Maria e Montfort
P.Luís

1 comentário:

  1. "Deus por vezes actua assim...
    conduz os nossos passos, e sem nos dar-mos conta
    encontramo-nos mesmo no local
    onde Ele mais desejava!
    Deus de facto actua
    em nós,
    por nós
    e através de nós."
    Gratificantes palavras que nos encorajam para a vivência do nosso dia a dia. Quantas vezes nos lamentamos da nossa falta de sorte nisto e naquilo, da nossa doença, e muito mais, e nos esquecemos que tudo o que nos acontece é por desígnio de Deus ? Ele comanda a nossa vida e a Ele nós a devemos oferecer.
    "Pai Nosso que estais no Céu,santificado seja o Vosso nome, seja feita a Vossa vontade assim na Terra como no Céu... ".
    Obrigado pelas suas palavras que são como o café da manhã, quando ligo o computador.
    Um grande abraço de amizade.
    Maria do Carmo e José Morais

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Ecos das minhas pegadas.
Para estar mais perto.